


«Não deixa de ser uma ponte, mas o seu design impede-a de ser apenas mais uma estrutura de passagem no centro de Seul. A questão ambiental não foi ignorada, mas anda de mão dada com a cultura, o lazer e as novas tecnologias. Bem-vindos ao futuro, onde, no que toca à sua
função, nenhum espaço é unidimensional.
A totalidade da extensão da
ponte, correspondente a 1,08 quilómetros, será coberta com painéis solares, de
forma a que a própria infraestrutura gere a energia necessária aos diversos
espaços de lazer que foram projectados no seu interior. Aí inclui-se um museu,
uma biblioteca pública direccionada para os transeuntes mais jovens e um centro
comercial (quando dissemos que esta era a ponte do futuro, não estávamos a exagerar).

E para ninguém ficar de fora, a
ponte terá faixas de rodagem para automóveis e bicicletas, bem como um percurso
para peões. Qualquer que seja o modo de transporte, a paisagem não pode deixar
de ser apreciada, já que, além do rio e de todo o cenário urbano envolvente,
será instalada na ponte uma série de jardins cujo crescimento é garantido pelos
recursos locais - água do rio e das chuvas, ventilação e luz natural.
As funcionalidades da Paik Nam
June Media Bridge não ficam, contudo, por aqui: desenhada a pensar no tráfego
do rio Han, a ponte dispõe de um cais preparado para acolher iates, cruzeiros e
também os chamados táxis aquáticos.

Um pormenor ainda não revelado: o
nome da ponte é, na verdade, uma homenagem ao artista Nam June Paik (1932-2006),
considerado o "pai" da videoarte. São célebres as diversas esculturas
que concebeu a partir de televisões - o mais emblemático exemplo é a peça
"Pre-Bell-Man", instalada em frente ao Museum für Kommunikation, em
Frankfurt, na Alemanha - e as performances multidisciplinares que combinavam
música, encenação e, claro, vídeo. Desta forma, os arquitectos da Planning
Korea promovem a cobertura da ponte como uma autêntica "tela" onde
artistas de todo o mundo podem projectar os seus trabalhos media.»